4 de set. de 2009

Botero - Bailarina na barra


Procurando bem
Todo mundo tem pereba

1 de set. de 2009

"Até mais tarde. Bem mais tarde."

"Gata pintada, quem foi que te pintou? Foi a velha cachimbeira que aqui pas-sou..."

Ela passou a manhã dormindo.
Eu fiquei aqui, no computador, como sempre. Tentei resenhar, tentei resumir e tentei pesquisar. Só consegui pesquisar.
Ela tá aproveitando pra descansar. É bom! Descansa, tá? Eu gosto de você descansada e tranquila pra enfrentar tudo o que te vier a ser barreira.
Vai, trabalha. Eu sei que és capaz de educar e vencer tudo o que arruinaram.
Somos poderosas. Juntas ou não.
Você some num vazio, às vezes. Mas eu te prefiro presente, descansada e amorosa.
Eu morro de saudade de uns tempos, sabe? Na verdade, eu acho que eu tenho saudade de um tempo que ainda nem terminou. Saudades antecipadas.
Você não tá sozinha. Eu me sinto assim também, mas saiba que tens a mim. Não é à toa que temos o mesmo número de sapato, curtimos a Pimentinha e gostamos de café (mesmo na atual raridade, estamos juntas nessa também).

Vai, trabalha bonito. Eu vou, mas volto mais tarde. "Bem mais tarde", como você diz.

Já que taí, malandro!

Quem me dera fugir de tudo num só toque
Sem mais afagos, querido.
"Deixa isso pra lá, o que é que tem?"
"A realidade é que sem ela não pode ser"
e que "eu faço tudo pelo nosso bem"
Mas "eu acredito no relógio"

Ah, não "leve o meu peito nas madrugadas quando estou a navegar"
"E vou sendo como posso"
Na medida do possível e impossível

"Não se assuste, pessoa, se eu lhe disser que a vida é boa"
"Tente compreender"
A medida tomada não é tão drástica
Não é mágica, é uma plácida atitude
O resultado será bonito
Prometo.

Pêssego - Manoel de Barros

Proust
Só de ouvir a voz de Albertine entrava em orgasmo. Se diz que:
O olhar de voyeur tem condições de phalo (possui o que vê).
Mas é pelo tato
Que a Ponte do amor se abre.
Apalpar desabrocha o talo.
O tato é mais que o ver
É mais que o ouvir
É mais que o cheirar.
É pelo beijo que o amor se edifica.
É no calor da boca
Que o alarme da alma grita.
E se abre docemente
Como um pêssego de Deus.