21 de ago. de 2008

Consanguinidade

24/06/2008

Viver em cumplicidade é muito difícil.
Saber tratar, entender, conviver, abdicar... Tanta coisa, tanto detalhe.
Às vezes cansa.
Um exemplo claro, simples e óbvio é a família mais próxima (pai, mãe, irmã/irmão). Essa que tá lá o tempo todo com você, impondo limites, regras, exigindo o máximo. Como também transmitindo sempre aquele cuidado, um amor intenso e uma colaboração singular. Além da disposição eterna e a esperança de que você sempre pode ir além, de sempre acreditar nos seus ideais.
Eu adoro tudo: dos momentos humorísticos até as piores desavenças (daquelas que se passa uma semana sem dirigir-se uma palavra). Não que eu goste de sofrer, mas quando faz a pazes é tudo tão maravilhoso. É como se você tivesse passado alguns dias longe e tivesse sentindo uma falta imensa. Eu gosto de matar saudades. Ou melhor: AMO! Além disso, ainda tem os comentários (hilários) de como ambos se comportaram durante o "não-contato-idiota"!
Não, a minha família não é perfeita. Digo, NADA perfeita. Entramos em conflito o tempo todo. Um sempre é o mais certo. Tem uns mais dramáticos, outros mais calados. Uns interessados, analíticos. "FECHA A POOORTA!" Outros mais desleixados. Alguns amam ler, outros escrever. Uns falam alto, outros baixo. "Passa o suco. (...) POR FAVOR, passa o sss... Finalmente!" Ela sempre apaga as luzes, já a outra sempre deixa as luzes acesas. "Tá pensando que eu sou o dono da CELPE?" Cada um tem o seu lugar na mesa. Eles preferem os salgados, a gente os doces. Uma é mais centrada, a outra mais desafios. "Dá pra falar baixo, que eu quero dormir?" Adoramos Elis, ela odiAVA (tinha que aprender a, no mínimo, escutar sem reclamar). Uma perfeccionista, outra desorganizada.
Ele é o único homem da casa. Diz que não sabe como agüenta três mulheres. Sai mais caro! Reclama tanto, que pior só dois. Concurso de lamentações? Vencedor! Um amor de pessoa. Carinhoso até o talo! Implicante, mas bem maleável. Não consegue ficar com raiva. Orgulho ali passa longe. Sem frescura nenhuma. Extremamente prestativo. A conversa flui do porteiro ao presidente.
Ela é o homem da casa. Sim, o homem! Geniosa, que só eu. Bons gostos e costumes. Com ela aprendi a gostar da Pimentinha. Inteligente e dedicada, até demais. A que bota ordens na casa. Não e pronto! Se faz de durona, mas tem um coração enorme (o famoso de mãe, que tudo sabe, sente e ampara). Mediadora e resistente. Religiosa. Ao carinho dela, nada se compara.
Ela é a mais nova. Uma dramática. Tííímida... Fala pouco, até criar intimidade. Tão carente nesse mundo. Um grude. Amorosa, de dar agonia. Centrada, determinada. Odeia mentiras, uma graça. Católica apostólica romana. Sutil. Dócil. Desorganizada. Se apega fácil. Adora guardar objetos desnecessários.
Já passamos por poucas e boas. Preparados (ou não nada. SIM!) pra outras!
Um completa "descompletando" o outro.

"E a gente vive junto
E a gente se dá bem
Não desejamos mal a quase ninguém
E a gente vai à luta
E conhece a dor
Consideramos justa
Toda forma de amor"

5 comentários:

Anônimo disse...

Adorei, querida! Parabéns pelo blog! Se me permite uma sugestão, aumente o tamnho da fonte. Beijos de luz, Aline***

Anônimo disse...

Descreveu muito bem todo mundo. só falta você e essa pode deixar que eu descrevo: Uma comédia em pessoa, imita as pessoas como ninguém. Observadora. É a escritora da casa, quando a gente faz algum texto sempre leva pra ela corrigir. Quando briga com alguém misericórdia, passa um muiiiito tempo sem falar com a pessoa! as vezes fica careeente e as vezes não quer que ninguém toque nela. PS: aprendi a gostar de Elis com vocês! te amo muito!

Anônimo disse...

engraçado que você me fez mudar o post de hoje, q era exatamente sobre isso; um outro dia posto... abraço... helena

Anônimo disse...

Que linda, você, Ali! É muito bom, e mais fácil de viver a vida, quando amamos nossos pais, não é mesmo? Tas escrevendo de um jeito singular e ansioso de chegar até o fim!! Amei - amei - amei, amiga Beijos

Anônimo disse...

Não falei??? Que LIIIINDOOOOO seu texto! Nem preciso explicar por quê adoro tanto essa família, né? Amo vocês!